terça-feira, 26 de janeiro de 2010

aporias

Porquê aporias? Voltamos às perguntas, voltamos ao cerne da questão, o porquê das coisas! Sim, escolhi "aporias" para titulo do blog, não por ser uma palavra desconhecida, utilizada poucas vezes, mas por ser uma palavra que se identifica com este blog.


Para os gregos uma aporia é um problema sem solução, é algo problemático que não apresenta resposta aparente. Este blog não é um problema, mas pode relatar os pequenos problemas diários sentidos pelos meus queridos (e queridas) formandos/as. Muitas vezes os problemas que eles mesmos colocam não são problema algum, chamaria-lhes aporias, pois para eles parecem enigmas. Enigmas que na realidade não o são. Daí "aporias".
Eu posso falar de aporias, os problemas que eles colocam é que são verdadeiras aporias, pois se não há na realidade problema nenhum como pode existir solução?


domingo, 24 de janeiro de 2010

Porquê Filosofia?


Muitos são aqueles que me questionam: "Porquê Filosofia, professora?". Não sei bem o que dizer e ao mesmo tempo sei perfeitamente!
Porque optei por me licenciar em filosofia não é uma questão dificil... não foi opção, foi o que sempre quis! Não pensei nas saidas profissionais, pensei simplesmente que gostaria de saber mais sobre os assuntos que me interessavam! Filosofia é a minha vida! Não sei viver sem ela! Acho que ninguém sabe, apenas ainda não tomaram plena consciência da sua definição. Gosto de filosofia, gosto de determinados pensadores, porém não me considero como tal. Os "porquês" sempre fizeram parte da minha vida. Fui (e continuo)uma criança curiosa que perguntava os "porquês das coisas" e não me satisfazia com uma simples resposta, queria sempre mais. Os livros sempre fizeram parte do meu mundo, não sei viver sem eles...se não leio, sinto-me a cair na ignorância. Necessito de ler como quem necessita de comer. Por tudo isso e muito mais, a filosofia foi (e sempre será) a minha opção!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

"Phoebe in Wonderland"



Ontem vimos um filme intitulado "Phoebe in wonderland". É a história de uma menina que sofre de Sindrome de Guilles de la Tourette. Para quem não sabe, é um transtorno neuropsiquiátrico, que normalmente tem início na infância, caracterizado pela presença de tiques motores e vocais. Simplificando, são aquelas pessoas que repetem o que os outros dizem, têm tiques faciais, podem até chamar nomes repetidamente aos outros...etc... No caso da Phoebe (personagem principal do filme) apesar da sua doçura, ela apresentava um desequilibrio que era confundido com mau comportamento, pois repetia as frases, cuspia para os colegas quando era provocada, não conseguindo controlar os seus actos. Assim esta menina demonstra problemas em se relacionar com as outras pessoas e é incapaz de seguir regras.

No meio disso tudo, eis que surge a professora de teatro, personagem surreal, diferente dos demais educadores, exemplo a ser seguido! É no palco que a menina consegue encontrar o seu ponto de equilibrio, porque a realidade do País das Maravilhas pode, em palco, ser vivida!

É um filme que posso recomendar a todos visto não ter idades, transportar o magnifico para a realidade, fazer saltar emoções reprimidas. É um filme que dá que pensar: Como agiria eu no lugar daquela mãe? Como lidar com estas pequenas diferenças? E com as grandes?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ética institucional


Hoje a minha turma (da manhã) esteve a elaborar os trabalhos de reflexão sobre a "ética institucional", tema complexo e dificil de explorar, segundo eles. Na realidade, segundo a minha experiência, é apenas no inicio que esta dificuldade surge, depois acabam por realizar excelentes trabalhos com opiniões próprias. (Como sempre...tenho uns excelentes formandos, e orgulho-me disso.)

A maior aporia sentida é mesmo essa, compreender o que irão transpor para o papel.

Em primeiro lugar parte-se de uma breve reflexão sobre a relação que possa existir entre a ética individual e a ética institucional. Ou seja, porque se relacionam estas duas vertentes da ética, qual a importância que a ética individual transporta para a institucional, porque depende a ética institucional também da ética individual...

Se pensarmos bem... os meus valores relacionam-se sempre com os valores da "minha" instituição (seja ela qual for), como tal devem ser bem geridos de forma adequada para que os conflitos não venham à superficie. Conflitos esses que podem ser de ordem intrapessoal ou mesmo interpessoal. Imaginemos que os meus valores pessoais vão contra os valores impostos pela minha instituição, como me iria sentir? Ai falamos de conflitos intrapessoais... é dificil agir se os meus valores e os valores do outro não se encaixam... como posso ultrapassar essa situação? o que devo fazer? como devo agir? As minhas acções são fundamentais para que os conflitos interpessoais não se verifiquem... pensem bem!!! Esta é uma realidade à qual não podemos fugir! Os conflitos são inerentes ao ser humano, por isso devemos organizarmo-nos muito bem, agir de forma reflectida, para que tudo corra da melhor forma. Mas não me posso esquecer de ser quem sou!!!

Primeiro que tudo devemos pensar nos valores pelos quais a nossa vida é regida. Serão esses valores iguais para os demias?
A ética serve para que haja um equilíbrio e sobretudo um bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Mas se os valores individuais não são os mesmos, como será esse equilibrio possivel? Essa é a questão central. Há a necessidade de fazer valer os meus valores mas sobretudo, respeitar os valores do outro. Aqui reside o conceito e o pilar de toda a cidadania.
Cada sociedade e cada grupo possuem os seus próprios códigos de ética (os mesmo valores). Num país, por exemplo, sacrificar animais para uma determinada pesquisa científica pode ser considerado ético. Mas noutro país, esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. Numa instituição pode suceder o mesmo. Sempre que muitos individuos se aglomeram por qualquer interesse (até mesmo pelo trabalho), coexistem diferentes valores morais/éticos, logo há que saber respeitar e valorizar determinados valores para que os conflitos não surjam.
Outro aspecto importante, não nos podemos esquecer que quando falo de instituição, não é necessariamente referente ao trabalho. O próprio Estado é uma instituição... :)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Globalização



Segunda-feira! As segundas custam sempre mais... e depois as sextas são outro daqueles dias... :)

No inicio da semana não querem fazer nada porque o fim-de-semana foi curto... e depois a sexta (aproxima-se o weekend) estão cansados e nada querem fazer... è sempre igual, mesmo que mude a turma... desde sempre me deparei com este pequeno inconveniente! eheheh

Mas pronto, como estou habituada a lidar com estes pormenores já não me incomodam!

Esta manhã o tema da sessão (CP5- Deontologia e princípios éticos) foi a "comunidade global/globalização".

Este é um tema ao qual os formando regra geral respondem muito bem. Há participação pertinente e têm sempre algo importante a dizer. Participam com opinião própria e muitas vezes com bastante razão. Exploram as vantagens e desvantagens da globalização, aplicam exemplos interessantes. Posso afirmar que não são apenas eles que aprendem algo, eu na maior também aprendo muito com eles.
Hoje vimos o conceito de globalização e descutimos a sua origem.
Chegamos à conclusão que não há consenso sobre um conceito fechado do que seja a globalização e sua origem. Há uma grande discussão que defende que a globalização teve início (e começou a desenvolver-se de facto), com a empreitada europeia em direcção aos outros continentes. Outros defendem que começou ainda antes com a expansão do império romano por Alexandre, o Grande.
Muitas foram as opiniões da turma, ressaltaram que muitos outros povos da antiguidade já teriam iniciado o processo de globalização. Concordo com a turma.
De acordo com David Held e Antony McGrew:

“Não existe uma definição única e universalmente aceite para a globalização. Como acontece com todos os conceitos nucleares das ciências, seu sentido exacto é contestável. A globalização tem sido (quando os altos dos agentes sociais de um lugar podem ter consequências significativas para “terceiros distantes”; como compreensão espaço temporal (numa referência ao modo como a comunicação instantânea vem desgastando as limitações da distância e do tempo na organização e na interacção social); como interdependência acelerada entendida como a intensificação do entrelaçamento entre economias e sociedades nacionais, de tal modo que os acontecimentos de um país têm impacto directo em outros; como um mundo em processo de encolhimento (erosão das fronteiras e das barreiras geográficas a actividade socioeconómica); e, entre outros conceitos, como integração global, reordenação das relações de poder inter-regionais, consciência da situação global e intensificação da interligação inter-regional.”
Chama-se globalização, ou mundialização, ao crescimento da interdependência de todos os povos e países da superfície terrestre. Alguns falam em “aldeia global”, pois parece que o planeta está ficando menor e todos se conhecem (assistem a programas semelhantes na TV, ficam sabendo no mesmo dia o que ocorre no mundo inteiro).
Um exemplo: hoje vê-se uma indústria de automóveis que fabrica um mesmo modelo de carro em montadoras de 3 países diferentes e os vende noutros 5 países. As empresas não ficam mais restritas a um país, seja como vendedora ou produtora.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Nasceu!


Olá a todos!

Depois de muita insistência por parte de alguns formandos (e amigos), nasceu o meu blogue!
Nunca gostei muito destas coisas, até porque expor-me não faz parte dos meus principios, mas se peço aos formandos a criação de um blogue, porque não aceder às suas expectativas e criar também o meu! Digo "meu", mas deveria ser "nosso", pois este blogue será dedicado a todos os meus "meninos e meninas".